O fim que há em mim

Surge a insuportável dor

Que tonteia a cabeça

E faz girar os olhares

Ao lançar-se nos ares

E aquele fato consumado

Que ficou calado

Transparente e deprimente

Conseguiu dominar a mente

Os minutos são eternos

E não há como voltar atrás

Em busca de outra chance

Perdeu-se por não ser capaz

A falha amarga e conflitante

Não devolve o sossego

E pertuba a todo instante

Com um gemido exagerado

O remédio para a dor

Não há, acabou

O aconchego faltou

E o quarto está frio

Ouve-se vozes que vem

Mas não do além

Vem do próprio fim

Que está dentro de mim.

Raquel Cezário
Enviado por Raquel Cezário em 23/05/2010
Código do texto: T2275628
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