Sem dor, sem luz
Só resta o nada do morto
A dor atravessou o corpo
Em direção ao vazio do infinito
reflexo intenso do nada que partiu
sem deixar dor, nem luz
num infinito que bloqueia os sentidos
Se sentisse dor, reagiria
Se visse a luz, seguiria
Mas o corpo morreu
No ser que partiu
Sem dor, sem luz
prefiro a solidão
das letras no espaço
do que acreditar de novo
no homem sem podridão
Sem dor, sem luz
fecho portas e janelas
e penetro no vazio de minha alma