Versos Verossímeis

Não sei o que é pior, nos meus versos verossímeis

Sua mordaz acidez crítica, ou a tênue lembrança

Que exibe em cada estrofe, de um amor destroçado

Se o silêncio que exibes é a verdade n'alma

Ou se o grito que se escuta é a verdade que esbraveja

Pois de mim não há mais nada que você possa ferir

Quando rompe a linha da saudade, há de perceber,

A dor no peito é algo que não se exprime em versos,

Palavras ou gestos; é a dor sobre a dor descomunal

E meus versos, quase mudos, tornam-se vivos

Nessa solitária dança manchada de fumaça

Onde cai automático, desliza onisciente e desfila no sincero

Teu choro é a cruz que tenho de carregar,

Fingir ser forte, não sentir ou amolecer

Enquanto as lágrimas vão retirando pedaços de nós dois

Enquanto segue, neste verso, a verdade dos meus olhos

Que somente o teu alguém foi capaz de desvendar,

Eu me conforto, com a doce ilusão de existir

Vendo estas piscinas transbordarem de tão vazias

E os prédios desmoronarem de tão leves,

Me entrego fácil ao acaso, esperando algo parecido com teu perdão

Se de pouco me basta um sorriso teu, alegre fico com tua felicidade

Mas nossos abraços se contrapõe ao desejo,

E não há saída senão a inércia de minhas ações

Quando pouso leve feito pena em tua existencia

Noto que tua singularidade pode me atingir,

E me perco, por não saber como agir

Por fim, nos versos verossímeis ainda existe

Um pedaço de você, que lateja e não se ajeita

Mas se cansa, acomoda e me acalma

Versos verossímeis pra você.

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 12/07/2010
Código do texto: T2373467
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