O GRITO DA TERRA

-Ai, ai! - grita a terra, em grande pranto!

-Estou toda corroída, com furos pra todo canto,

Tiram meu sangue negro e me sufocam com um manto!

Ele é de ar poluído, que matam as minhas plantas,

Contamina a atmosfera, e outras mazelas tantas,

Meu equilíbrio se foi, não tenho quem me levanta!

Estou ficando oca, pois sinto um grande vazio,

Tento esquecer as mágoas, mas meus nervos tem desvio,

Minha pele tem tremores, e vivo tendo arrepios!

Sopro fora meus arrotos, pois eu sinto mal estar,

Das dores que me atormentam, não consigo me livrar

A cada ano que passa, aumenta o meu penar!

Meus mares já não suportam, a minha grande opressão,

Pois os gelos dos meus pólos, estão em decomposição,

O calor de minha face, está quase em ignição!

Na verdade tem humanos, que tentam me ajudar,

Mas a maior parte deles, só querem o bem estar,

Onde a ambição comanda, para meu mal aumentar!

Procuro com terremotos, maremotos e furacões

Traduzir para os humanos, que estou tendo aflições,

Mas fazem ouvidos moucos, das minhas lamentações!

Outrora eu era bela, meu azul era um céu,

Hoje estou cercada, com fumaça como um véu,

Que tira minha visão, e me faz vagar ao léo!

Mas penso que já é tarde, para os homens entender

Que meu fim já está perto, e sabem que vou morrer,

Mas comigo a humanidade, também irá perecer!

Não adianta eu gritar, por ter grande sofrimento!

Tomara que o Criador, venha fazer outro tempo

Em que uma NOVA TERRA, seja eterna e sem tormento!