Tua Carruagem Sem Destino

Sob uma névoa de sereno

Avança a carruagem e,

Se são anjos ou demônios

A história irá classificar

Destes ao pântano olhares tristes

Como se tivesse culpa pelo lodo

Que fedia abaixo dos pés

E sujava almas desencantadas

Sussurava ao breo da noite

Tua dor e tua lamentação

Mas seguia na viagem

Sem nada saber sobre o destino

Nos teus belos olhos,

Lapidados pelo Diabo,

Uma chama se apagara

Ou estavas cansada?

Noite após noite enebriava-te

Do fel que provinha

De amargas sensações,

Cruéis decisões foram as tuas

Sem pressa seguia sem rumo,

Numa terra pastosa

De ares estrangeiros aos teus olhos,

Como metade do mundo me era então

O frio te penetrou aos poucos

Congelou tuas vontades,

Mas não os teus impulsos

Invocados pelo crepúsculo

E guardastes tuas magias,

Num pequeno opúsculo

Confidentes à um oráculo

De segredos e traições

Tua fonte de encantos,

Impulsionada por Ares

Fazia guerra e celebrava

Alguns momentos de amor

Banhou-te com um sátiro

Num culto dionisíaco,

Herói de prosaicos feitos

Para teu olhar soberano

Mas agora, adormeces na carruagem

Não sabes o fim desta estrada

É levada pelos acasos do caminho,

Pela sujeira desta trilha

Fazem noites que não sonhas,

Fazem dias que não acordas,

O sol lhe atrapalha, ja a noite,

Lhe incendeia

Mas pouso triste como um anjo,

Na traseira de sua carruagem,

Lhe observo mas não falo

O trajeto de seu caminho

Escolhas sozinha minha cara,

Se és anjo ou és demônio,

Se estais sozinha ou acompanhada

Nessa trilha enlamada

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 13/07/2010
Código do texto: T2375425
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