Anjo Negro

Puritano...

A criança dos sonhos esquecidos, no vazio da escuridão.

A criança de infância mórbida, perdida entre as lápides de sua consciência frágil.

A criança que vaga entre os túmulos de sua agonia, possuída por sua gélida sombra.

Assiste ao velório do tempo;

Uma longa conversa com seus medos, ao final do outono, sob a chuva melancólica.

A criança coberta pelos véus fúnebres e banhada pelo leito do amargo sangue celestial.

Pequeno anjo negro de asas ocultas! deita-te sobre teu túmulo!

E aos poucos desfaleça, lançando sobre mim suas lágrimas de dor...

Seja meu anjo!

(Estou aqui para te proteger)

Seja meu ar!

(Não posso viver sem você...)

Seja minha felicidade!

(Eu te amo tanto...)

Seja minha dor!

(Só os túmulos sabem quanto...)

Glaucio Viana
Enviado por Glaucio Viana em 16/09/2006
Código do texto: T241323