UM HOMEN SÓ
Sou pobre sofrido
Não tenho ninguém
Sou assim definido
Menor que um vintém
Sou como a semente
Lançada no chão
Preciso somente
Um pouco de água
E um naco de pão
Sou pedra polida
Da beira do rio
De pele rachada
Nos dias mais frios
Rapando a panela
Roendo o caroço
É a triste mazela
É o fundo do poço
Mas que me importa
Se isto não faz sentido
Nessa vida tão torta
Nada é bem definido
Não preciso lógica
Nas coisas que faço
Se eu morro hoje
Amanhã renasço