MURAL DO RIO TIETÊ



Do Tietê as margens contaminadas
Em dias de chuvas, todas tomadas
Corre as águas, sujas enxurradas!

A tristeza do poeta, ao coração
Aumenta por ver a contaminação,
Pobre rio Tietê! que desolação!

Num mural, ás margens do rio, alguém
Numa cidade do interior, um pouco além
Um recado em rimas deixou tão bem!

“Rio Tietê, desperta, transborde suas máguas
Lave suas margens, com violentas águas
Leve tudo, prédios e casas para outra plagas!

Faça como o homem mau,
Que peca e ainda toca o berimbau!
Tenha certeza, ó rio Tietê
Todos os poetas lhe darão aval!”

Poema regional de Luzirmil - fevereiro de 1963 - por ocasião de uma enchente em São Paulo