Inferno em mim...

Inferno! Isso é o que torna-se este sol e esta lua!

Todos estes rostos risonhos, estas mãos entrelaçadas.

Numa constante procura, fútil e miserável, pelas calçadas.

Grito infinito, raiva contida, alma solitária e nua...

Já não é suportável caminhar nesta vila, nesta vida...

E aonde vá não se esconde da escuridão, ela persegue.

Essa que ronda aqui dentro do peito, essa raiva imensa!

Fingindo, sempre. Crendo na própria farsa, amando a ferida.

Inferno! Inferno! Inferno! Esta alegria alheia e egoista,

Esse vazio inutil, a impotência perante o mundo...

A espera nunca finita. Inferno que diário me visita.

A miséria desta paz é ruinda, tristeza sincera...

Mescladas à pureza da injustiça e maldade sofrida.

Todos. Todos unidos a reinar neste peito que se encerra.

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 03/09/2010
Código do texto: T2475550
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