Inferno em mim...
Inferno! Isso é o que torna-se este sol e esta lua!
Todos estes rostos risonhos, estas mãos entrelaçadas.
Numa constante procura, fútil e miserável, pelas calçadas.
Grito infinito, raiva contida, alma solitária e nua...
Já não é suportável caminhar nesta vila, nesta vida...
E aonde vá não se esconde da escuridão, ela persegue.
Essa que ronda aqui dentro do peito, essa raiva imensa!
Fingindo, sempre. Crendo na própria farsa, amando a ferida.
Inferno! Inferno! Inferno! Esta alegria alheia e egoista,
Esse vazio inutil, a impotência perante o mundo...
A espera nunca finita. Inferno que diário me visita.
A miséria desta paz é ruinda, tristeza sincera...
Mescladas à pureza da injustiça e maldade sofrida.
Todos. Todos unidos a reinar neste peito que se encerra.