De Romaria e Prece
Hoje me sinto seco
Rejeitado
Jogado aos porcos
Hoje minha carne se esvai
Contrai
Carcomida as vontades dos demais
Tudo foi me tirado
Tudo arrancado
Cuspido
Embutido as armaduras dos feudais
Hoje me sinto só
Perdido
Sem asilo
Jogado a deriva
Meu coração está aos pulos
Aos gritos
Com medo
Com falta
A saudade arranca todos os sorrisos
De minha faceira boca
Hoje não quero ser um mito
Quero ser e ter apenas os pulsos
Que há tempos atrás tinha embutido em meu peito aflito
Coração abundante de sorriso e olhar comestível
Dessa vez não rogo pelo amor que não tive
Mas pelas vontades e prazeres que me foram escondidos
A terra seca onde me encontro espera
Pouco pacientemente pelas promessas
De uma vida variegada de cores e gestos
Preciso sinceramente de tuas mãos sobre me
E da liberdade de ser um eterno aprendiz