Um de mim morreu!
Aquele de mim que sonhava
Já não existe mais
Deve estar preso numa outra vida
Ou numa outra dimensidade
Agora deu vida
À um de mim
Que vive, vive apenas
Vive dia após dia
Isso apenas
Deu vida a mais um
Mais um somente, nesse mundo caduco,
Rotineiro, e sem utopia
O que de mim morreu
Morreu junto ao mundo que dele também já havia morrido
O eu verdadeiro que era alegre(ou pensava ser) se foi
Aquele eu, que contagiava e febrento de paixão, agora vive!
Aquele que ousava, chorava, lutava, ria agora apenas vive!
E se conforma com isso pacienciosamente esperando apenas sua morte chegar
Desde o momento que vida tornou-se uma ordem
Chega um momento
Em que a única coisa que se sabe
É sentar-se, acender seu cigarro e esperar, esperar e esperar
Esperar a vida seguir, a vida apenas, sem sonhos.