De: Silvino Potêncio, “Fernanda, Fica!...”
Fernanda!, era uma vez!
- a Flor Bela que nos Espanca!
Que nos açoita e nos desanca,
Da nossa displicente morbidez!
Fernanda ela não é!? Ou será talvez,
- a encarnação da nossa eterna avidez,
Do conhecimento lírico, tão burguês!
Daquilo que nos falta e ali está!
O tempo inteiro enraizado,
Tão profundo, tão gentilmente encapuçado,
- neste nosso eterno fado cantado em Lá!
Fernanda!?, era um amor verdadeiro,
Na verdade de escrever,
- E de nos ler, de nos vir a ver!
De dentro para fora em tempo inteiro,
Que da vida o nosso sangue sai do tinteiro!
Eu não sei pensar sem reflectir!
E por isso eu não vivo só a fugir,
- Também vivo aqui parado a ressurgir.
A vida vem, e ela vai por aí à solta;
Nos meus versos, meus poemas, minhas lutas!
Das cavernas do meu corpo às tuas grutas.
Fernanda!, Maria dos nossos dias!
Poetisa exteriorizada enquanto dorme,
Na sua fonte agonizante e tão disforme,
Não te vás, fica connosco!
Eu vos espero, eu vos conclamo,
A vida nunca morre em clima fosco.
Aqui a tua luz eterna eu reclamo.
- E proclamo!, Reclamo!,
- Oh Fernanda o teu texto,
Veio de novo a conclamar aos teus leitores,
Que de ti já não separam seus Doutores!
Está escrito e vais ter de nos escutar!
O amigo Angelo vai concordar,
Que tu não podes nos abandonar.
Oh...Fernanda!
É esta luta de na terra cá ficar.
Todo o "Alma Lusa" te convoca,
E tu não podes recusar nem tugir, nem mugir
Esta querela!
E esta dor de nos abandonar a rir,
Esta vida pela morte se não troca!
Tu escreve!, escreve muito!
Oh Flor Bela a florir.
A eternidade te agradece,
E nós os poetas de permeio,
Te juramos, te adoramos em nosso seio!
Fernanda fica!, a tua escrita é tão bonita!
Fernanda fica!.
(in: "POESIAS SOLTAS")
De: Silvino Potêncio - Autor de: "Eu, O Pensamento, A Rima"!
Natal/Brasil – Out.2006
Nota do Autor actualizada: este poema foi dedicado "in memorium" ao Amigo Fernando Saraiva que, depois de muitas idas e vindas da sessão de Hemodialise, ele mantinha de forma estóica a sua contribuição à Lusofonia. Eu mesmo me considero um previligeado de o ter conhecido ainda que apenas virtualmente! Hoje eu acrescento uma frase que tenho emoldurada e recebida de outro Amigo Virtual muitos anos atrás; "Amigos não se despedem, marcam encontro em outro lugar"! Não, não, não há errata no nome. O meu poema foi inspirado num outro apelo que eu fiz a uma Confradina do Alma Lusa (então fundador Grupo Alma Lusa) de nome "Fernanda" que nunca revelou o nome, mas que estava também com uma doença terminal!... Que Deus vos tenha na Santa Paz Celeste.