TANGÊNCIA
Percorro tuas curvas
Tangenciando a pele
Centímetros, milímetros
Tua boca pequena entreaberta
Balbuciando loucuras
Inaudíveis sussurros
Intraduzíveis sinfonias
Defino pontos nos teus círculos
Nas tuas bordas e contornos
Meus dedos traçam retas
Em sulcos vermelhos difusos
Tuas extremidades hirtas, o arrepio
Teus pelos esperam, se espetam
Circundo, arremeto
Pergunto e prometo
Você chora e sorri
Ama e devora
Estremece e delira
Teus diâmetros são meus caminhos
Teu triângulo de mistérios
Povoa meus sonhos adúlteros
Pecados sonhados inda não são pecados
Cíclicos movimentos
Frenéticos ritmados
Jorros e espasmos
Arritmia
E a paz final dos mosteiros