Arrependimento

Como um pianista taciturno

que passa pelo mundo sem encantos

sem arroubos, sem platéias

ele segue seu caminho

justapondo ao seu lado

a solidão

a saudade

e a tristeza como companheiras

pessoa de parcos sorrisos

olhar encoberto

pouca fala

andar descompassado

vasculhando

de maneira desconfiada

cada um que se aproxima dele

mesmo assim ele segue o seu caminho

frugal, impertubável

buscando nas entrelinhas um refúgio

ele não tem nome

nem alcunha qualquer

pode estar ao lado de qualquer um

caminha carregando o peso

de uma dor qualquer

no conflito de ser perdoado

e perdoar a si mesmo.

Erminio Rezende
Enviado por Erminio Rezende em 11/03/2011
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