O Adeus

Frágil corpo em alma desgostosa.

É atento o desespero e o desapego é intento.

Deixe o corpo.

Apague a dor.

Não há dia que não encontre a noite.

E não há noite que não encontre o dia.

Não há trevas sem luz.

E não há luz sem trevas.

Não há vida sem morte.

E não há morte sem vida.

E na garganta o nó do adeus.

Nos olhos ardidos, a desesperança...

E a vida acena pesado...

Será o fim ou o começo?

Despedida.

E não há nenhuma chance de evitar o encontro...

Inevitável...

Certeiro...

Atribulador...

Leva-te em paz...

Deixando-nos em dor...

Viestes do pó e ao pó voltarás...

Lágrimas substituem as reticências.

Hoje meu tom tem outro ponto final.

Muito mais final que todos os outros pontos.

Cuide-nos, Senhor.