Na escola "não" / Poesia coletiva

A minha poesia está de luto

em meus versos acanhados

sangram corações desesperados... ( Aline Romariz)

Um choro, um grito de dor!

Pequenas almas interrompidas de viver...

Por uma loucura, um devaneio! ( Jayra Pêgas)

Minha alma chora em silêncio

Meu coração sangrando está

Estes pobres inocentes.

O Bom Deus Acolherá (Arlete Trentini)

A poesia amanheceu chorando

lágrimas de dores.

Lamenta o desconsolo

de quem perdeu seus amores. (Silvia Trevisani)

Corações que amaram aqueles anjos

desde que vieram, desde o primeiro dia

e agora estão quebrados, a vida está vazia... (Mi Guerra)

O seu silêncio momentâneo invade a solidez de seus quartos

Os ouvidos paternos vão lentos.

Perceber o desejo de um falar doce e ingênuo:

"Agora, sim, posso descansar...e tudo está bem".

( Bruno Resende Ramos)

O Brasil chora lágrimas de sangue

crianças abatidas a fuzis

por um louco que lança cicatriz. (Mardilê Friedrich Fabre)

A poesia é um culto

contra imbecís, desgraçados

enquanto choramos consternados. (Delmo Biuford)

Quem sabe a alma do poeta

Transforme um pouco a dor que nos consome

Em esperança de sementes e flores... (Maria Lurdete)

singram dores em meu peito

lamentos do silêncio absoluto

que minha alma perscruta... (Vagner Marin)

a vida terminada

a dor da partida

a inocência maculada

a infância interrompida (Sena)

Quanta dor!

É um horror toda essa falta de amor!

Que tristeza tornar tanta beleza

no mais negro amargor! (Eunice R. de Pontes)

Homenagem do "Portal do poeta brasileiro" às crianças mortas e feridas na escola do Rio de Janeiro.