O MEU DESENLACE
Eu vou na minha lúgubre vida
Vivendo um dia sem o fulgor teu,
Parece que a vida não me é querida,
Parace que a esperança já morreu.
Eu vejo a morte do abacateiro
Que protegia-me do calor atroz
As folhas dos seus galhos, sombreiro,
Na aurora, do bem-ti-vi, a voz.
E agora a minha manhã fica silente,
Não ouço nenhum pássaro cantar,
Apenas tocando musica dolente
Da saudade de poder te amar.
Não ouço o esbravejar dos ventos
Que farfalhavam nas cimeiras,
Nem frondejantes os pensamentos
De dores vis costumeiras.
A minha vida vê despertar a aurora
E passar pelo rugido do progresso,
Com tantos estrondos, ave canora,
Não tem previsão para o regresso.
Até mesmo o meu amor foi embora,
E nunca mais eu vi retornar a face
Da minha rubra flor de outrora
Levada neste meu desenlace.
(YEHORAM)