Poema Agônico

(ACT I/O lamento)

Eis que de ti

não mereço uma migalha

E em meus suspiros tua presença

Como um dogma em minha vida...

...perpétuo, árduo.

Eis que sou,

Mais uma vitima de teu intento

Mas almejo essa desgraça

pois contento-me com teus restos

E assim atiro-me a própria dor.

(ACT II/ A Súplica)

Porque não me deixar penetrar-lhe a alma?

Prometo-lhe que ao amanhecer

Todo o cheiro pútrido do pecado

Terá desaparecido.

Despir-me-ei,

De minha máscara

e tu, de tuas vestes

E com a manta branda da noite

(cuidadosamente tocando minha pele quente, agora já arrepiada e úmida)

Facei de mim

apenas tua...

(ACT III/ A Contentação)

Eis então que esperarei

Guardando comigo

Toda essa luxúria, até o cair da noite

Pois me contento por assim apenas.

E mesmo sem tocá-lo

sinto-te em mim

devasso...

...intenso, sólido e muitas vezes severo.

Aguardo-te em minha dor.

Winny Pazi
Enviado por Winny Pazi em 28/11/2006
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