A Menina Torta

Quando só, por trás da porta

E as quatro paredes velam

Os pensamentos martelam

Desaba a menina torta...

Chora copiosamente

Mil lágrimas copiosas

Ecoam vozes chorosas

Roucas num canto da mente.

Não sabe mais que fazer

Se vai, se fica ou se volta

Talvez a reviravolta

Lhe faça deixar de ser.

Ela mesma não deseja

Lamentar-se até morrer

Que é que Deus há de fazer?

Mande uma bênção que seja...

Na espera de soluções

Confusa e desencontrada

Soturna e desconsolada

Arrasta grossos grilhões

Não lhe entendem nem percebem

Um espectro, uma visagem

Menina - a fria miragem

Que os fracos olhos concebem

A pobre menina torta...

Com seus tortos pensamentos

Ideias e desalentos

Melhor que estivesse morta...