Pedaços

Que peso rude traz o dia!

Dor e dúvida marcam os passos;

Engendrando uma aporia,

à qual Sophia cruza os braços…

Conflito em busca do mais forte,

travado sob um céu não azul;

entre o olhar que anela o norte,

e a alma que ruma pro sul.

Os que miram, anelam a fuga,

psiquê, almeja o retorno;

o lenço, cúmplice, enxuga,

devolvendo o elíptico contorno.

Dicotomia não platônica,

pois o corpo não participa;

será a alma divisível ou atômica,

se ambígua força se exercita…

Não são os olhos, janelas da alma,

por onde se expressa ao mundo?

Não afirmei nada, calma!

Apenas, acho o poço profundo…

É que muitos pedaços,

são visíveis, por seus reclames;

ora, tomos pra retos passos,

outra, pra veredas infames.

O orgulho, a vergonha, o medo,

a carência, o perdão, o amor;

pedaços d’alma, acabou o segredo,

ante infortúnio, o estripador…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 17/06/2011
Código do texto: T3040346
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