Desgraça

Deito no túmulo, ó dama

Tuba fria e aqui te espero.

Caí, caí como a Babilônia.

Cubra, ó dama esse túmulo,

Lance das suas macias mãos flores,

Bonitas flores perfumadas,

Jogue lírios e camélias, folhas de alecrim,

Folhas de laranjeiras e ervas doces,

Cubra a tumba, ó dama faça dele um lençol,

Lençol que naquela noite era de seda,

Que encobria a cama, cama que presenciou

Nós dois, ó dama, numa noite outonal.

Deite comigo, ó dama nesse túmulo.

Cubra seu corpo com a sua melhor camisola,

Perfuma-se com seu perfume de jasmim,

Deita, deita, ó dama

Na tumba fria, junto de mim.

Caí, caí como a Babilônia.

Cubra, cubra a tumba,

A voz da elegia ecoa.

Os cânticos dos anjos abrem as portas do céu...

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 02/07/2011
Código do texto: T3071147
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