Solitário
 
Sentado na praça
Não vejo a graça
Só vejo fumaça
Só muita desgraça
 
Os pombos catando
Evitam o pranto
Daquele do banco
Que vê o pé manco
 
A vida passando
As pernas vão e vêm
E fica sentado
A espera de alguém
Que fique também
 
A cabeça viaja
Em tudo que passa
Ignora a praça
E a aquele sem graça
 
A inveja é alguém
Que senta e vem
Do lado de quem
Não vive também
 
Suas indagações
Unem as depressões
Onde cavam as razões
Das submissões
 
Como reagiria
Se chegasse o dia
Que toda companhia
Lhe trouxesse alegria
Emerson Mattos
Enviado por Emerson Mattos em 04/12/2006
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T309461