Entre Sacrilégios
Perfeição na Terra teria sido,
Você, sacerdotisa da minha vida,
Que combinava toques e encantos
Enquanto eu orava e recitava as
Canções que do interno mundo para
Uma outra existência nos transportava...
A chave de todos os segredos abrira
Flores secretas em nossos poros,
E sorríamos enlevados somente
Pela alegria de meras proximidades
Quase-proibidas enquanto traíamos
Votos sagrados de fidelidades vazias...
E beijos, os mais doces, selaram nossos destinos,
Marcando em estigmas corações e semblantes
Talvez desde o início já rompidos, pois a
Infidelidade do mundo nos enganava naquela
Minha existência isolada onde seus acolhimentos
Eram a luz e a alegria dos meus roucos banimentos...
Mas fui eu, um tolo sacerdote-sagrado que
Roubou teu coração machucado, e ao partir
Enganado, nunca mais o devolveu cristalino...
(Eu fugi, sem coração, para não te corromper...
... mas apenas para descobrir que meu coração
ficara para sempre no lugar do seu...)