DESPEDIDA

E a palavra tornou-se chuva torrencial

Inundando com a força de um vendaval

Que alegremente fez-se tristeza apagando o sol

E do imenso céu assoprou-se um vento gélido

Do sorriso que crescia na face - despencou neve branca

A pele absorveu com breves tremores intensos

Cobriu a esperança...

Que agora aflora em lembranças

Derreteu subitamente, deixando o campo sedento de amor...

Calou fundo no corpo leve torpor de dor

E de tanto sentimento, aguou no lirismo do pensamento

Ah! Como doeu na alma aquele tormento

Casaram-se as letras perpetuando o querer

No bailado da memória que assola

Breve momento de ciúmes que abriu alas na passarela...

No desfile das sensações que corroem o que há de belo

E o samba se vai, deixando as ruas vazias e uma cidade cenográfica...

Testemunha a festa que transcendeu às imagens fotográficas

Novamente a pérola retorna a ostra...

Ferida de morte e entregue à própria sorte

Serpente astuta... Deu o bote na hora certa

Picou a verve e engoliu a presa pela testa

Ode. Funesto dia. Funesta hora. É adeus!

Fica a pergunta: Será que o sonho valeu?

As colombinas passam, olhos pingam selvagens nas folhagens do porvir.

Duo: Lu Rocha e Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 05/09/2011
Código do texto: T3202232