Setembro negro

Rompia o céu a chuva cinza

Pretejando a alva alma

Cambaleando ia o pobre nu andando

Sem fala, afobado, porém com calma.

Os granizos negros quebravam os vidros

E as aves se precipitavam

Então, houve o medo do amanhã.

A esperança se prostituiu com a vergonha

E o corcunda sangrou solitário na calçada

Misturando maquiagem com a cinza chuva

E tudo se resumiu em gargalhadas.

Tempestuoso era o vento daquele mês

Que abalava a casa mal feita

A xepa podre dada na feira

Que o corcunda saboreava a beira.

Era setembro negro

Negro setembro

Cruzando o caminho da cruz

Finalmente morto, ele pode ver a luz.

guido campos
Enviado por guido campos em 13/09/2011
Reeditado em 13/09/2011
Código do texto: T3217721
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