TRAGÉDIA NO RIO
(É impossível esquecer)



Bem juntos
A voz
Uma só!

Cantamos o sonho
Liberto o medo
É, solta a audácia
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Nova Friburgo grita... Teresópolis chora...



MAIS DE 900 SEM VIDA!

Que a serra
Volte a ser
Natureza pura

Esse é o grito
Essa é a luta
Dos que querem viver



SOB 5 METROS
MEU PAI ESTÁ ALI!!!



Eu e meu Pai
Todos correram
Ele caiu e, ficou



ORQUÍDEAS


A serra quer cor
Flores sorrindo
Arvores nascendo

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Orquídeas naturais na Serra de Petropolis


A Serra quer vida,
Suas encostas
Suspira verde



GOVERNO AUSENTE


As mãos se abraçam
Pessoas se ajuntam
O povo assume, faz

Nada de máquinas, nem moedas
Grudam pedaços, com sangue
O, suor constrói Amor




***
Estão vindo clamores de Poetas Irmãos
Que habitam as cidades atingidas...
De Teresópolis recebemos a
Poeta Del Mundo
Rozelene F. de Lima
Que autoriza a publicação
De sua mensagem...


Rozelene Furtado de Lima

Ainda ouço choros

Sou teresopolitana e ainda ouço choros
Ainda sinto cheiro da morte
Não tive coragem de visitar os locais atingidos
Moro num recanto privilegiado, por sorte
Privilegiado??? Não, oprimido
Se não fui atingida fisicamente pela tragédia
Fui atingida pela dor coletiva e agora pela vergonha
Não se aproveita da dor alheia para fazer comédia
Quem governa aqui os recursos enfronha
A serra é bela em todas as estações
A serra tem ar puro e belíssimas flores
Chegou a primavera e está pronta em botões
Tem pessoas que nunca mais vão encontrar seus amores
Ainda tem corpos soterrados, ignorados
Tem famílias despedaçadas
Tem políticos desonestos, desalmados
 Mas a vida continua e terá orquídeas na próxima florada.
Não serão as mesmas, terão o beleza orvalhada
De lágrimas choradas e exalarão o perfume da dor
Da impotência, do descaso e da falta de amor.
Temos certeza que não estamos sós, resta a fé


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Nessa região foi a igrejinha que ficou de pé.

Rozelene Furtado de Lima


***
Do Rio e de Petropolis uma Poetisa
nos emociona...



Carmem Teresa Elias


TEMPESTADE

Tempestade
Tempo como peste
Que despenca sua maldade sobre
O homem  e suas cidades devastadas

Homem com peste
De vaidade, por que constrói
Sem respeitar a terra?  Por que
Desrespeitas a liberdade das serras?

Tempestade
Que o homem
Planta pelas cidades,
Têmpera de desigualdade

É o tempo
Em que o coração destrói sem piedade
Enquanto a chuva olha, molha, colhe,triste,
VIVE ESSA VERDADE e, acusa a conduta inculta!


A tempestade é toda sua
Mas à humanidade denuncia e assusta...


A Tempestade, de alguma forma de justiça, tem pressa, e alerta!


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( Chuvas na região serrana sempre houve. Em 1988, Petrópolis foi arrasada. Em 2011, Friburgo, Teresópolis e Itaipava praticamente saíram do mapa. Todos os anos o aviso é dado, em maior ou menor intensidade, mas as prefeituras ignoram os laudos da geotécnica : proibindo construir nessas encostas. As prefeituras se enchem de verbas : enchentes! E as pessoas morrem nas ruas que deixaram de ser ruas.)

CARMEM TERESA ELIAS





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Poetas Del Mundo
CLIP-POETAMIGOS
Walter de Arruda in memorian, Rozelene Furtado de Lima e Carmem Teresa Elias
Enviado por Walter de Arruda in memorian em 21/09/2011
Reeditado em 20/03/2013
Código do texto: T3233064
Classificação de conteúdo: seguro
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