POESIA NUNCA LIDA

o suave gorgeio de um canário
para um homem que é solitário,
torna se uma triste melodia.
Já que a tristeza, a alma habita,
que é como eu, triste eremita,
as vezes viver, se torna agonia.

O belo canto do passarinho
no silêncio desse grotão,
para quem vive sozinho
são chôros de um violão.

Nada se ouve , tudo é calmaria,
pano de fundo, montanha verdejante,
cada árvore, a letra de uma poesia,
que estrelas mostram, ao só habitante.

Céu limpo, sem fumaça,
onde essa paz flutua,
aqui a natureza me abraça,
ando de mãos dadas com a lua.

Sobre meu mundo? Foi uma ilusão.
Uma saudade? De toda a vida...
Uma companheira? Foi a solidão...
Foi poema, uma poesia nunca lida...
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 23/09/2011
Reeditado em 23/09/2011
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