ANGÚSTIA

Que vazio é esse que sorrateiramente me invade

Fazendo com que minha alegria se desfaça no ar

Nos momentos contemplativos sei-te epígona

Perco-me ante meu atraso modernamente secular

Que compunge tudo o que de mim desprende-se

Indo ao encontro de minha Kafkiana rotina

Aonde a Dantesca inquietação faz morada

E resiste às intempéries de minha tessitura

Tornando-me multívago de mim mesmo

Por conta do medo de tuas vicissitudes

E desse maniqueísmo em mim itinerante

Mas sempre de ti sectariamente órfão

Submerso em devaneios futurísticos

Fugindo de todas as verdades inexoráveis

Mesmo sabendo desse amor profundo e factual

Crio em minha mente um amálgama de pensamentos

Num duo entre tua sofisticação e meu maneirismo

Petrifica-me esse enigmático futuro em meu presente

Mas sei que isso faz parte de minha atual ambigüidade

No que tange ao merecer-te ou ser isso uma louca pretensão

Talvez não esteja conseguindo aduzir meus pensamentos

Mas quero dizer apenas que vicejas por todos meus meandros

E sou granjeado em poder sentir em mim teu indefectível existir

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 19/10/2011
Código do texto: T3286343
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