RIO QUASE MORTO

Sou as margens que assistem

Um desfile só de ida

De um rio pobrezinho,

Esquecido pelas águas.

Pelas águas esquecido

Vai chorando em cada curva,

Num lamento tão profundo

Como a morte da nascente.

Como a morte da nascente

É também o anoitecer,

Num escuro tão doído

Sem a luz do alvorecer.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 21/11/2011
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