Refém da Loucura...

"Os anos passam amargos, opacos, lentamente
Ferindo-me o ego, abrindo ferida, deturpando a mente...
As mesmas paredes em carmim, a cama imensa,
A janela trancada, as cortinas fechadas, a mesma fachada...
Meus clamores por vida e liberdade parecem mudos
Não são escutados, sou invisível, incomunicável...
A minha imagem no espelho me assusta,
O rosto branco cansado, marcado, carimbado pelas rugas,
As olheiras sob os olhos mostram a raiva e o desgosto
Pela prisão que me obrigo a estar a contragosto...
Os cabelos agora sem brilho brigam com a face infeliz,
Os esmaltes nas unhas já descascados denunciam
A falta de amor próprio...Que sina desgraçada!
O desequilíbrio é vigente, se faz latente,
Consequência da minha inconsequência, pelos meus atos
E fatos desnecessários, impensados, que eclodem pus
Nas minhas feridas...Oh, Deus, me tire daqui, me ajuda
Me dê a vida de volta, estou por um triz para abrir a porta
Em uma busca desenfreada pelo fim, acabar com a mágoa
De sofrer por ser infeliz...Quero apenas a paz, o sossego
Do alento, nem que seja pela morte, talvez minha única
Derradeira e triste sorte, antes a ela do que a loucura
De ter de enfrentar tantos desalentos e insanidade,
Prefiro à sombra da morte repousar do que continuar
A enfrentar a dor da solidão em meu desequilíbrio
Do que aqui continuar a viver por mera vaidade...
Quero ir, preciso ir daqui, para um lugar melhor,
Onde eu me sinta maior , seja do jeito que for...
Cansei de viver chorando, perdida em meu canto,
Estou exausta de estar em cena sempre em preto e branco."
Carla Babi Fuchs
Enviado por Carla Babi Fuchs em 10/12/2011
Código do texto: T3382476
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