Infância Reconstruida
Canto as cores febris da primavera
o vigor de sóis extintos no verão.
A palidez enferma das quimeras,
as confidências dum pobre coração.
Passeio pela ampulheta das eras,
onde as sombras tecem uma canção
inflamada de tristezas e esperas
cavalgando a mais lenta amplidão.
Meu soneto é tristonho e capenga,
faço para deus uma oferenda
num altar de idílio e dissonância...
Sinto a carne no caos da sinfonia
onde a solidão dos meus medos recria
com acordes de luz a minha infância!