Infância Reconstruida

Canto as cores febris da primavera

o vigor de sóis extintos no verão.

A palidez enferma das quimeras,

as confidências dum pobre coração.

Passeio pela ampulheta das eras,

onde as sombras tecem uma canção

inflamada de tristezas e esperas

cavalgando a mais lenta amplidão.

Meu soneto é tristonho e capenga,

faço para deus uma oferenda

num altar de idílio e dissonância...

Sinto a carne no caos da sinfonia

onde a solidão dos meus medos recria

com acordes de luz a minha infância!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 07/01/2007
Reeditado em 15/09/2007
Código do texto: T339742