SALVEM O POETA
Aquela magia lírica,
Que vinha do verde exterior
E migrava no interior de mim,
Sumiu , me deixando sem luz,
sem graça, opaca.
Aquelas canções flutuantes,
Que alçavam vôos,
com mil idéias e idas,
Já não mais interagem,
Falta coragem,
Estou me perdendo,
Num bucólico tempo,
Onde plantei minha esperança.
Entro em órbita, em pânico,
Me rasgo, em pedaços, e dói,
Me dispo, da última camada de pele, e sangra,
Manuseio palavras, as simples,
Ludibrio rimas, as pobres,
busco versos, os monossílabos,
nada é poesia , tudo é névoa,
sou inércia, sou ócio...
Acho que um poeta morreu.