Vago Itinerário

Cai o raio na terra anciã

Não é tarde, olho a chuva

Do meu......divã

A chuva passa fica o sol...da manha

Eu vacilo...como sempre estou a vacilar

Do alto da minha alma anã

Desentendo o dia e essas suas variantes

Busco saída no horizonte distante

Mas a luz fechou o dia e minhas ilusões itinerantes

A noite, sei que terei de volta os fantasmas, por certo

Do meu atavismo eu espero, eu sempre espero

E o silêncio que venero

Não é meu, apenas vivo nele

Como um corcunda que vive na torre

Com seus sinos

Eu desentendo todos os sinais e não entendo

O rosto medonho, horrendo

No espelho me olhando

Eu não quero que seja meu

Alivia-me não olhá-lo

Mas sei que estará lá

Crispado e turvo

Crispado pelo horror do dia

Turvo pela torpor da noite

Pelo medo de viver

Por não saber do amanha

Por não saber o que seria

Por saber da minha covardia

Por saber que nada sei

Fujo com todos os sentidos, enfim

Com meus olhos no futuro

Que sei obscuro

Quiçá escuro

Quiçá, sem mim!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 11/01/2007
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T343832
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