CONCORDIA
 


 
A gaivota imensa
Pousou no Concordia.
E a embarcação preguiçosa
Nem sequer reclamou.
 
Permaneceu calada
Acenando a ruína em bandeira estrangeira...
Com a mesma sabedoria dos monumentos antigos.
 
E a ave estranha,
Que não se sabe de onde vem,
Povoa o navio molhado
E grita para o silencio.
 
Mas o navio não responde.
O navio não tem fome.
Ele é só tormento
Para o movimento interrompido das ondas.
 
E do alto
A ave se banha
Com os restos
Dos estouros das ondas
 
No mar  dorme o Concordia
_ o descanso para os pássaros,
O repouso para as almas náufragas_
 
Dele, em breve, voará a gaivota
Gritando para o silencio.
 ... Voará no mesmo  Naufrágio e Sonho
 De Concórdia entre os homens.

Carmem Teresa Elias
Enviado por Carmem Teresa Elias em 15/01/2012
Código do texto: T3442626
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.