DE OLHO NO TEMPO

Não há como cavalgar

Por estrelas coloridas

A não ser no meu sonhar

Pela imensidão da vida,

Onde sequer há estrelas

Para guiar-me os caminhos

Amenizar a tristeza

Por seguir sempre sozinha

Só há grandeza nas horas

Que ficam longas demais,

Quando a noite vai embora

O sol é quem brilha mais.

Desperto e não tenho nada

E tal como adormeci

Procuro resignada

Pensar no que não vivi.

Até que o dia já alto

Anuncia o entardecer

E o calor do asfalto

Faz a solidão gemer

Enquanto busco o compasso

Na noite que se anuncia

Na inspiração me enlaço

À espera de outro dia.