Razões

Não me peçam razões, ou que as desculpe,

Deste modo de amar e destruir.

Quando a noite é de mais é que acontece

A cor da primavera que há-de vir (José Saramago)

Sou flor decaída.

Beija-flor sem dono.

Em mim feridas.

Esse meu eu, meu triste eu.

Que por ti acelera coração

Faz tum tum. (e não é samba)

Faz tum tum.

Não sei se meu coração compõe,

Nem tampouco toque lira

Ou berre na corda da guitarra.

Só consigo ouvir a batida

E peito dói magoado.

Se há razões, sinceras razões,

Nesse modo psicótico de te amar

Levo em deriva meu amor poeta por ti.

E feito flor o vento sopra-me.

O beija-flor em mim é malmequer.

De resto, feridas.

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 11/04/2012
Código do texto: T3606716
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