Amargo prazer
"Toco-te com os lábios desejosos;
Olhos fechados e espírito leve.
Degusto-te com suave requinte
De prazer imensurável.
Aprecio-te como a linfa soberba
Que leva de mim todos os pesares.
Trago-te como sopro divino
Do alívio tardio, mas triunfante.
Deixo-te como vestígio agonizante,
Tentador sedutor
“Do qual se bebe o amor.”
Trago-te com resquícios da lua;
Embriago-me com tamanha suavizes.
Com espanto camélias choram.
Com decoro do coração.
Absorvo-te com requinte e sem labutar,
Com veemência deixo para ti, os restolhos do mar.
Com pavor da aurora, implora grande Pandora.
Deixo-te com pranto que jaz mudo em meu coração...