Sangrando
De que me valem
Elogios, galanteios,
Se o que vejo claro à minha frente
São desertos, espaços vazios,
Silêncios inacabados.
De que me valem
As rosas ofertadas
Se elas não trazem consigo
O amor que procuro.
De que me valem
As palavras, que jogadas ao vento,
Não permitem
Que vivamos esse tempo.
De que me valem as linhas
Se não consigo traçar
Um caminho que me leve
De encontro a você.
De que me vale
Todo esse bem querer
Se vivo toda essa desventura
Esse desencontro
Todo esse lamento, tormento...
De que me vale
Toda a beleza
Se em meu coração
Carrego tanta tristeza.
A alegria que procuro
Está se sufocando,
Na lágrima, que em meu rosto,
Desenha a dor da desesperança
Do desamor...
De tua ausência descabida
Tão desleal.