PRESSENTIMENTOS...

Pressinto que em relação a ti está míope minha cosmovisão

Teu mundo é o que está bailando constantemente em tua volta

Talvez o que haja na distância seja apenas um bom refrigério

Mas seguirei essa norma nova para mim e ficarei em silêncio

Não discutirei possibilidades do venha a ser ou mesmo já seja

Vou ater-me a teoria do caos onde tudo será como deve ser

Fugindo do mito aliciante de que tudo acontece como desejamos

Alguns fatos não se coadunam com estruturantes argumentos

E os deslizes mesmo que suculentos nunca tem o sabor da verdade

Sei que ainda não sou imune a essa tua intransigente ausência

Ser indiferente talvez seja mais seminal que minha imbecil insistência

E no transcurso desse limbo a verdade sublinhar surja naturalmente

Então ficarei alijado de todo esse processo conscientemente

Já que tua liberdade vale essa prisão sem muros em que me encontro

É noto que estás no ápice de teu esplendor feminino e social

Incólume a todas as celeumas que trás em seu bojo sentimentos

Segue o transcurso malevolente da modernidade paulatinamente

Com a vitalidade que transpõem todas as tensões pessoais

Dominarei esse meu querer vibrante abrangente e subversivo

E que os ventos do acaso fluam até onde se inicia o ocaso

Para que não me atinja com voragem esse onírico pressentimento

E que possa suportar esse teu trilhar pungentemente indiferente

Observador desses pólos contraditórios de uma mesma ciranda

Enquanto o novo devassasse as disritmias do que não previ

A seiva de tua existência ainda continua a alimentar minha vida

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 07/05/2012
Código do texto: T3654977
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