Triste felicidade

Essa felicidade que em mim nasce

Essa, que cresce, escapa e renasce

Desconheço sua espécie e sua forma

Como a água que não molha

Ou o olho que não olha

Ela que sai daqui, passa por ali

Volta para cá, sem nada mudar

Não cabe em nenhum lugar, não cabe

Cabe apenas em mim, apenas aqui

Nesse vazio, o qual chama de lar

É uma felicidade insana, surreal

É o boneco de neve no natal

O cão preso, com um osso, no quintal

Feliz, esbelta, fria e anormal

Felicidade que me entristece

E ainda assim minha mente esquece

Que a tristeza não é necessária

E me lança com toda sua ousadia

Nessa felicidade temporária

Felicidade ordinária

Felicidade solitária

Pedro Alencar
Enviado por Pedro Alencar em 20/06/2012
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