Noite de chuva

A chuva que está batendo na avenida,

cai em torrentes aqui dentro de mim.

Arde a sensação de um vazio sem fim

e nem sequer há uma lágrima caída.

Eu queria poder extravasar a agonia,

amor que não alcança a quem se ama;

amado que não ouve a quem te clama

a seguir penando pela estrada nua, fria.

Nesta noite, a chuva é minha lamúria:

chora toda crueldade e toda a luxúria

que de um grande amor sobrou.

Lágrima minha, por que não te dás conta

da chuva que acima de mim desponta

e alivias a dor pelo que se encerrou?

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 26/07/2012
Código do texto: T3799100
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