DESVENTURA DO CORAÇÃO

Ah! Coração,

Eu que cuidei tanto de você

Procurando te manter longe das desilusões

Para não te ver sofrer,

Prometeu-me a ninguém amar!

Nem o amor querer.

Mas você me enganou coração,

Deixou-se levar pelas emoções

Construídas sobre castelos de areia

Que desabam com o primeiro vendaval

Como fogo de palha que encendeia

Escondendo o verdadeiro desígnio

De um falso amor

Recheado de mentiras e falsas promessas,

De sonhos que cheguei a sonhar

E agora, que estou abilolado,

Você me diz que é preciso esquecer

Que não vai ser possível amar!

Me diz como coração,

Se neste amor já estamos embaraçados?

Se bem que te avisei:

- Não se entrega nesta aventura!

E agora que já não existe mais ternura

Você quer chorar

Quer lamentar

Na minha triste desventura

Maldizer este amor que teve fim.

E o que será de mim?

Rasgado pelos sentimentos

Das saudades que ainda brotarão

Nas lembranças dos belos momentos

Que deixastes em mim, coração!

E agora que a desgraça é grande

E a dor sufoca a minha angústia,

Deixe-me sozinho coração

A penar minha triste lamúria...

EMANNUEL ISAC