DISTÂNCIA, BLUES

Distância... um espaço entre dois pontos.

Por uma linha invisível, separados.

Faz de um coração sonhador, trovador.

A cantar o seu amor nas entre linhas da dor.

Dos amantes, os que se tocam com os olhos,

e se amam através de imaginários elos,

sob um céu de concreto.

Os que Gemem nas madrugadas para ninguém.

Os que choram na noite em silêncio,

sob o grito da ausência...

Os que correm na relva do mar da imaginação.

Os que dançam a dois...

embalados pelos os acordes de uma canção sem razão...

Que vai aos poucos...

lapidando, matando a cor do amor, deixando-o cinza.

Fazendo do coração um deserto em um mar de sangue,

Que sem água, a sua face, as lágrimas do sol, que beija.

Distância, Blues...

Recria a poesia, a poética dos trovadores.

Os faz de noite, blues...

Distância que vai de uma noite enluarada

a uma encoberta pelas nimbostratus.

Cortante, despedaçando adaga,

ajoelhando rei, dissolvendo Excalibur.

Envenenando princesa sem nome...

Sentimento abstrato concreto esfacelando.

E em suas mãos

em punho sempre está, o punhal da solidão.

Sempre a deixar, alguém em pranto...

ao poente, no firmamento.

Assim, essa distância que se chama Separação,

Cavalga nas asas d’um tsumani, sob um sol tórrido,

Queimando lembranças, matando paixão,

Afogando sonhos, devastando corações solitários,

Que agarrados a tabuas de ilusão... se vão.

Edna Maria Pessoa

Natal-RN, quarta-feira, 15 de agosto de 2012.