VÁCUOS DE MIM
Juliana Valis



Não sou eu que escrevo sobre a tristeza,

Meu amor, não faço nem questão de vê-la,

Mas é a tristeza que escreve sobre mim,

Sobre nós, sobre os ventos, como estrela,

Guiando os sentimentos, díspares, rumo ao fim...




Por isso, não me culpe por eu ser assim,

Não me culpe pelos versos sempre mal escritos,

Pelos universos nos infinitos mares de mim,

Sempre dispersos no calor de gritos,

Sombras, vácuos de luz, de amor, enfim...




Meu bem, o que eu poderia ser além de nada ?

Se tudo tem a medida do dia e do sonho,

Que poderia eu dizer das letras nesta jornada,

Perdida na alma como labirinto mais tristonho ?




Não, por favor, não me diga novamente a mesma frase,

Nem me diga as óbvias falsidades de outrora,

Por favor, renda-me assim, quando chegar a hora

De apenas dizer adeus a todo frívolo impasse...