Lágrimas vividas

Ao filho morto

o último adeus, a lágrima

é a única fala.

Ao filho morto

a última lembrança

aos amores incertos,

a infância abortada.

Ao filho morto,

o medo nos ronda,

as lamparinas se apagam.

Ao filho morto,

futebol não jogado,

os pesadelos vividos.

Ao filho expurgo,

o castigo dito e as almas

presas ao pretérito

vivenciado por nós.

Por mais distante que vivamos

mais próximo do outro estamos.

O nosso entrelaçar na dor

nos aprisiona nas noites de lua.

Alexandre Danel
Enviado por Alexandre Danel em 17/10/2012
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