INFERNO
Essa dor, não provem de meus devaneios
Não é fruto de amor malogrado
Não vem de perdas, nem de saudades.
É dor sem braços, dor sem pés.
O mal é fruto do abismo
Entre o ato e a compreensão
Que me destrói, acaba comigo
Arrasando meu espírito e debilitando meu ser.
Esse mal traz-me dor muda
A vergonha cala minha voz.
Uma teia, silenciosamente me envolve há anos
Que tola fui, como pude não perceber!
Hoje vejo-me em escuro túnel
Outrora, houvera mais luz.
Não encontro o caminho pra onde correr
Se tropeço, bato a cara no muro.
Quem já viveu no inferno?
Cada um tem o seu.
Um vício, um problema...
Ou talvez, um caso como o meu.
Em que as chamas queimam, até que eu perca a vontade
De ter que encarar novamente este sol
E a imagem, que me assombra no espelho
Uma doença! Oh meu Deus, o que fazer?
Quem já viveu no inferno?
Cada um tem o seu.
Pobre de mim, que cada momento vejo
Meus sonhos, se afogando no meu!