Libertação

Então iniciou-se a libertação.

Sob o luar, seu corpo despido.

Frio, estático e desprotegido.

Não mais se denota respiração.

Com um sorriso em seus lábios

E uma Lótus Negra em sua mão,

Ninguém, nem mesmo os sábios,

Compreenderiam seu coração.

Não havia limites nem malícias.

Era feliz com apenas imaginação.

Notava beleza onde não ousariam.

Sentia a poesia na escuridão.

Com toda sua imperceptível pureza,

Não mais suportava tanta solidão.

Essa terra não merecia sua beleza.

Sem hesitar, libertou-se então.

E naquela flor que carregava,

Estava a memória de sua vida.

Vida essa, que jamais será lembrada.

Vida essa, que jamais será entendida.

Pedro Alencar
Enviado por Pedro Alencar em 08/11/2012
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