Cidália

Certo. . . serias tu, donzela casta,

Quem me tomasse em meio do Calvário

A cruz de angústias que o meu ser arrasta!. . .

Castro Alves

Quando caminhas, amada

Fada...

As tuas asas deslizantes,

Antes

Me lembram a passarada!

E, o teu cantar de donzela,

Bela...

Que me convida pr'a ver-te,

Crer-te,

Feito uma santa co'a vela.

E, então, de joelhos eu oro,

Choro...

Pois, eu sei que abandonado,

Pago...

Miserável, 'ntão... imploro:

Oh, minha amada princesa

Reza....

Clamando pela minha alma,

Calma;

Pois, tudo aqui me despreza!

Repara o meu peito ingente...

Sente

Saudades de tua presença;

Pensa

Em mim... teu amante ardente!

Venci o aguilhão que encerr'a

Guerra...

Tirano do meu futuro!

Juro...

O amor eternal não erra...

Sozinho eu estou sofrendo...

Vendo

Roendo-me a enfermidade;

'Nvade

'Sta cela em que estou vivendo!

A dor ao meu peito espanca,

Tranca

Saudades, angustias... morte;

Sorte

Fatal... que mi'a vida arranca!

Tristeza que já me encova;

Cova...

Que aponta pr'o meu viver:

Morrer!

Pois, eu sucumbi à prova!...

E recordo-te a palidez

Da tez,

No dia em que eu te prendia...

Fria,

Nos braços... p'la última vez!...

Donzela, eu jamais te esqueço!

Peço,

Receba-me amor... sorrindo...

Vindo....

Da vida já me despeço;