PRENÚNCIO PARTE II

PRENÚNCIO PARTE II

Hoje foi “o dia”, após a enfermeira arrebentar minha veia

A sedação veio das mãos do anestesista sem luvas, um ás

Injetou de primeira minha sub morte, experimentei a paz,...

No mudo mundo do nada, sonhos despertados nos olhos de areia

Na calunia da minha sobre infecção. Sou réu aguardando o veredicto.

A endoscopia junto com a colonoscopia, a desgraça nunca anda só,...

Eu amo a solidão! Desprezo a fé dos supersticiosos que me dão dó.

Sinto o desespero da esposa e do meu filho, o sentimento não é erudito

Ele é escravo das emoções que afloram na arrogância da imortalidade

Cativo de uma bravia elegância que não se desculpa e não aceita o ocaso

Impulso ignorante que age num não falar, de expressões que falam ao acaso.

Não choro a vida que tive ou que terei,... Isso é para os covardes!

Quero-me ir com a mesma dor que minha mãe teve ao me parir,...

E apesar de não tê-la visto,... Bem sei que teve tempo para sorrir.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 11/11/2012
Código do texto: T3979936
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