Acedia
À noite
A serpente sai da sua alcova
Exalando todo seu veneno
Distribuindo perigo
E pronta pro ataque.
- O ataque que é meu vício,
Um ataque letal... amoral
E em um sonho dantesco
Com conjecturas desapaixonantes
Eu a vejo...
Desavorada como um poema joyciano.
És meu vício
Sem cura
Remédio sem parábolas
Remédio e não cura
Só se espalha
E difunde o sentimento vil e cruel
Que me corroi
Com o gosto ressequido de fel
Que me faz fenecer dia após dia
Trazendo minha degenerescência
Que salta a vista.
E tomado de insanidade
Continuo no subterfúgio de amá-la.