Acedia

À noite

A serpente sai da sua alcova

Exalando todo seu veneno

Distribuindo perigo

E pronta pro ataque.

- O ataque que é meu vício,

Um ataque letal... amoral

E em um sonho dantesco

Com conjecturas desapaixonantes

Eu a vejo...

Desavorada como um poema joyciano.

És meu vício

Sem cura

Remédio sem parábolas

Remédio e não cura

Só se espalha

E difunde o sentimento vil e cruel

Que me corroi

Com o gosto ressequido de fel

Que me faz fenecer dia após dia

Trazendo minha degenerescência

Que salta a vista.

E tomado de insanidade

Continuo no subterfúgio de amá-la.

Andreia Batista
Enviado por Andreia Batista em 02/03/2007
Código do texto: T399138